Café Brasileiro: um dos melhores do mundo

O café brasileiro é reconhecido mundialmente por sua qualidade excepcional e pela vasta diversidade de variedades e regiões produtoras. 

Com uma história rica e significativa, o Brasil não apenas se destaca como o maior produtor e exportador global de café, mas também como o segundo maior consumidor. A importância do café para a economia brasileira é inegável, contribuindo com quase 40% da produção mundial. 

Este texto explora a trajetória do café brasileiro em números, mostrando as variedades mais comuns, as principais regiões produtoras, o crescente mercado de cafés especiais, as certificações que atestam a qualidade e sustentabilidade da produção, bem como as recentes conquistas dos profissionais brasileiros no cenário internacional. 

História do Café brasileiro em números

“A cada três xícaras de café consumidas no mundo, uma delas vêm de grãos brasileiros”, ou seja, em termos de produção, o Brasil contribui com cerca de um terço do café mundial. E, ainda segundo vários estudos, como por exemplo nos relatório da Embrapa, isso faz com que nos posicionamos como o maior produtor e exportador global. 

E não é apenas isso, afinal não só produzimos muito café, como também consumimos muito café. O Brasil é o segundo maior consumidor de café, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

Fato é que o café brasieliro sempre teve grande relevância sobre o crescimento da economia. Somos responsáveis por quase 40% de toda produção no mundo, fazendo assim com que no ranking mundial sejamos os maiores produtores e exportadores de café. 

De acordo os estudos  do Departamento de Agricultura e serviços do Estados Unidos (USDA, 2023), estamos no topo seguido pelo Vietnã, Colômbia, Indonésia e Etiópia  

A “nação do café”, como é conhecida nossas terras, faz jus ao título. Tivemos, em 10 anos (de 2010 a 2022), nosso Valor Bruto de Produção (VBP) multiplicado, chegando ao patamar de 62 bilhões em 2022. 

Olhando, ainda, pelos viés da produção, temos que a produção mundial de café, em relação à safra 2023-2024 foi estimada em 171,4 milhões de sacas de 60 kg. Sendo que os maiores produtores, Brasil, Vietnã e Colômbia juntos somaram 97,08 milhões de sacas, ou seja, os 3 maiores correspondem a 57% da produção global. E, especificamente, a safra brasileira foi estimada em 58,08 milhões de sacas de 60 kg, representando aproximadamente 34% da produção mundial.

Variedade mais comuns do café brasileiro 

As variedades mais comuns em nossos cafezais são Catuaí Vermelho e Catuaí Amarelo da espécie arábica. Lembrando que Catuaí é uma cultivar 100% brasileira que teve seu desenvolvimento no Instituto Agronômico de Campinas (IAC), a partir do cruzamento das variedades Novo Mundo e Caturra. Fazendo com que seu cultivo resulte, portanto, em maior produtividade, manejo facilitado e resistência a pragas. 

Cada uma dessas variedade possuem características próprias e marcante:

• Catuaí Amarelo: bebida suave, corpo sedoso e acidez média, podendo apresentar notas de banana e caramelo. É um café com sabor e aroma delicados.
• Catuaí Vermelho: bebida naturalmente doce, de corpo aveludado e sabor intenso, podendo apresentar notas de chocolate e frutas vermelhas 

Principais regiões produtoras no Brasil

O desenvolvimento da cafeicultura acontece em diversas regiões, por todo nosso país, ou seja, temos várias regiões importantes para a produção do nosso café.

E o que favorece a diversidade de regiões brasileiras na produção de café é, na verdade, as caraterísticas da terra que são favoráveis ao terroir, próprias e necessárias à produção de café. Temos exemplos de destaque em nossas 5 regiões brasileiras, veja abaixo:

Nordeste

• Chapada Diamantina/BA 
• Ceará/CE

Norte

• Rondônia/RO

Centro-Oeste

• Planalto Central/DF

Sudeste

• Mogiana/SP
• Alta Mogiana/SP
• Montanhas do Espírito Santo/ES
• Serra do Caparaó divisa MG/ES
• Sul de Minas/MG
• Cerrado Mineiro/MG
• Matas de Minas/MG
• Mantiqueira de Minas/MG

Sul

• Norte Pioneiro do Paraná/PR 
• Paraná/PR

Percebe-se, portanto, que o destaque vai para o estado de Minas Gerais, considerado inclusive como o maior “parque cultural” de café do mundo, com aptidão a produzir os cafés de melhor qualidade. 

Consumidor respeitável, amante do café, Coffee lover 

Segundo a Organização Internacional do Café (OIC), hoje o Brasil é o maior fornecedor mundial de cafés com pontuação acima de 80 (considerando que a classificação oficial vai de 0 a 100 pontos), ou seja, essa nota diz que exportamos cafés especiais.

Isso significa que o café brasieliro é feito, e atrai os consumidores de cafés de alta qualidade. E, como consequência,  o consumo de cafés especiais no Brasil cresce cinco vezes mais do que o consumo do café tradicional, de acordo com os dados da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA).

O aumento do consumo de café de qualidade vem acompanhado de exigência pelos consumidores. Por isso, as marcas buscam cada vez mais por boas práticas no campo e ao longo da cadeia produtiva. 

Nesse sentido, surgem os selos e certificações, que buscam comunicar legitimidade e credibilidade ao produto consumido. Por exemplo, hoje no país, existem mais de 3.000 marcas de café certificadas, segundo a ABIC. 

Certificações de cafés especiais

Existem várias classificações de cafés especiais que se destacam por suas características únicas e critérios rigorosos de produção. Entre eles, temos:

Café Orgânico

Produzido sem o uso de agrotóxicos e adubos químicos solúveis, garantindo um produto mais natural e sustentável.

Café de Origem 

Relacionado à procedência do café, destacando as características do terroir de cada região produtora. Exemplos incluem a Indicação de Procedência (IP) e a Denominação de Origem (DO), que certificam a qualidade e a singularidade do café daquela área.

Café Fairtrade (Comércio Justo)

Certificação que assegura que a produção seguiu padrões de comércio justo, garantindo melhores condições de trabalho e negociação para os produtores.

Café Sustentável

Focado na produção sustentável, este café é produzido com práticas que preservam a natureza, incorporam inovações de baixo impacto ambiental e utilizam métodos eficientes de uso racional da água, como a irrigação por gotejamento.

Café Especial

Este café é de alta qualidade, livre de defeitos, e deve atender a critérios rigorosos de avaliação sensorial, obtendo uma pontuação acima de 80 em uma escala de 0 a 100 de acordo com a Specialty Coffee Association (SCA).

Café Gourmet

Similar ao café especial, o café gourmet é um produto de alta qualidade, muitas vezes cultivado em pequenas plantações e submetido a processos meticulosos de colheita e pós-colheita para garantir o melhor sabor e aroma.

Café de Altitude

Cultivado em altitudes elevadas, geralmente acima de 1.000 metros, onde o clima mais frio permite que os grãos amadureçam lentamente, resultando em uma bebida mais complexa e rica em sabor.

Café Biodinâmico

Vai além do orgânico, seguindo os princípios da agricultura biodinâmica, que considera a fazenda como um organismo autossuficiente e emprega práticas que respeitam os ciclos naturais e astrológicos.

Entendendo o Café Especial

De acordo com a Specialty Coffee Association (SCA), para que o café seja considerado Especial ou de Especialidade, é necessário atender a alguns pré-requisitos. Esses cafés devem ser produzidos em regiões com microclimas, resultando em grãos uniformes e livres de defeitos. 

Além disso, a bebida deve ser mole ou estritamente mole, com sabores agradáveis e específicos, decorrentes dos processos produtivos e do pós-colheita. Por fim, o café deve obter uma pontuação acima de 80 em uma escala de 0 a 100.

Hoje, o mercado brasileiro vive um momento de valorização e tendência no setor do café especial. Com títulos no topo do mundo, os olhares se voltam para o Brasil.

Tivemos premiações recentemente, como de Boram Julio Um que se tornou o campeão mundial de Baristas (World Barista Champion 2023) e, em seguida, foi a vez de Dionatan Almeida levar o título de Campeão Mundial de Cup Tasters 2024. Além de excelentes cafés, temos profissionais que elevam o patamar da Nação do Café.

Para além da xícara.

O mercado do café de especialidade é para além de apenas uma “bebida fina”. Faz parte do cotidiano das pessoas, traz qualidade de vida no campo e é um ritual agregador de celebração e encontro. A melhor parte do café especial são as pessoas, e sua conexão!

Fontes consultadas:

> Embrapa

> Agro Advance

> OIC 

> USDA